domingo, 27 de janeiro de 2008

13ª Jornada da "Superliga"

Marítimo-1 Sporting-2 (1-1 Vukcevic 72' e 1-2 Vukcevic 88')

Finalmente uma vitória.... e fora!


Estádio dos Barreiros, no Funchal
Relvado em estado razoável
6000 espectadores
Jorge Sousa [AF Porto]
José Ramalho + José Luís Melo
Marco Ferreira
Marítimo
Treinador Sebastião Lazaroni
26 Marcos GR
22 Ricardo Esteves LD
3 Ediglê DC
4 Antoine DC a 68'
6 Evaldo LE
15 Wênio MD
10 Bruno MD
8 Mossoró MO
81 Fábio Felício MO
7 Kanu AV a 90'
16 Bruno Fogaça AV a 83'
-
1 Marcelo GR
21 Briguel LD
17 Gregory DC d 90'
5 Edder LE
14 Fernando DC d 68'
20 João Luiz AV
28 Marcinho AV d 83'
GOLO
1-060' Bruno Fogaça


Amarelos
32' Kanu 76' Ediglê 90'+1' Mossoró 90'+2' Fernando 90'+5' Fábio Felício

Sporting
Treinador Paulo Bento
1 Rui Patrício GR
78 Abel LD
13 Tonel DC
4 Polga DC
8 Ronny LE a 72'
24 Miguel Veloso MD
6 Adrien MO a 58'
28 João Moutinho MO
10 Simon Vukcevic MO
31 Liedson AV
9 Purovic AV a 89'
-
16 Tiago GR
26 Gladstone DC d 89'
44 Paulo Renato DC
30 Romagnoli MD d 58'
25 Pereirinha MO d 72'
88 Celsinho MO
58 Luis Páez AV

GOLOS
1-172' Ediglê (p.b.)
1-288' Simon Vukcevic
Amarelos
32' Polga 51' Adrien 59' Abel 85' Vukcevic 90'+1' Gladstone

Árbitro
Controlo disciplinar

Jorge Sousa deixou jogar, mas teve sempre o desafio na mão. Aos 31', lidou a contento com o momento de maior agitação, ao punir Polga e Kanu com cartão amarelo. Após a "cambalhota" no marcador, insistiu na rédea curta. Rigoroso, foi apenas traído por um dos seus auxiliares no lance do segundo golo dos leões.

A ESTRELA: Vukcevic (3,5)

A exibição de "Vuk" até estava a ser desastrosa. Pouco construiu na primeira metade, numa actuação marcada por escassos repelões: três cruzamentos, aos 9', 28' e 39', para o centro da área contrária foram o melhor que produziu. Acordou da letargia após o descanso e, em dois rasgos individuais, decidiu um jogo retirando a equipa do "nada". Deu literalmente os três pontos aos leões, quando, se calhar, já muitos não acreditariam. Ele acreditou e porfiou até ao fim...

72

O minuto que marcou a exibição do montenegrino, que terminou em grande nível, apagando a má imagem deixada até então.

Erupção!

Foi como um vulcão! Andava perdido no jogo... até que entrou em erupção, devastando tudo o que lhe apareceu pela frente, e nem a crença dos oponentes os livrou da "tragédia".

O Sporting um a um
"Vuk" emergiu do nada
RUI MIGUEL GOMES

2,5 Rui Patrício
Sofreu um golo na baliza em que se estreou, em 2006, na Liga, sem que tivesse possibilidades de evitar o cabeceamento eficaz de Fogaça. Duas intervenções apertadas, aos 12' e 42', numa noite em que o trabalho não abundou. Mal, no fim, na reposição com os pés.

3 Abel
Entrega e determinação já fazem parte da sua imagem de marca, e ontem voltou a desequilibrar, como o tem feito na presente temporada, no processo ofensivo. O remate perigoso aos 59', para defesa difícil de Marcos, traduziu isso mesmo. Foi pelo seu lado que nasceram as poucas transições defesa/ataque bem conseguidas. Teve em Fábio Felício um cabo dos trabalhos, porém não virou a cara à luta e conseguiu vencer grande parte dos duelos individuais.

2,5 Tonel
Tentou sempre jogar na antecipação perante os avançados contrários, facto que lhe permitiu anular grande parte dos seus intentos. Raramente permitiu que a bola saísse em boas condições dos pés de Fogaça e Kanu, demonstrando atenção e disponibilidade física.

3 Polga
Ia perdendo a cabeça, quando tentou retaliar a uma acção de Kanu: o cartão amarelo foi a mancha numa exibição personalizada e segura... e, por ter completado uma série de cinco cartolinas daquela cor, vai falhar o próximo jogo com o Paços de Ferreira. Não encheu o olho de quem viu, mas evitou, aos 17', sobre a linha de baliza o golo dos insulares e não hesitou em recorrer ao seu sentido prático para afastar o perigo da sua defensiva. Pelo ar, foi rei e senhor e, perante a inépcia construtiva de Miguel Veloso, o subcapitão não teve pejo em empurrar a equipa para a frente.

2 Ronny
A agonia competitiva continua a persegui-lo e revelou, sobretudo, pouca agressividade na abordagem dos duelos individuais. Sempre que foi chamado a envolver-se no processo ofensivo da equipa, raramente demonstrou disponibilidade para criar desequilíbrios, e, a defender, o seu sentido posicional deixa muito a desejar.

1,5 Miguel Veloso
É um jogador determinante na primeira fase do processo de construção da equipa, mas ontem esteve verdadeiramente desinspirado. Andou perdido num sector onde, habitualmente, impõe a sua qualidade de passe e visão de jogo como ninguém. Poucas vezes acertou no tempo de corte e, no capítulo do passe, esteve… mal. Falha clamorosa de marcação a Fogaça, deixando o brasileiro em boas condições para inaugurar o marcador.

2,5 Adrien
Surgiu como interior-direito no 4x4x2 losango de Paulo Bento, em estreia a titular na Liga, e desempenhou com efectividade as funções que lhe foram destinadas. Foi o melhor elemento do meio-campo leonino no primeiro tempo, escapando com brio à mediocridade revelada pelo sector. Aí, denotou inteligência no passe e vontade de conquistar um lugar no onze. Atento a dobrar as subidas de Abel.

3 João Moutinho
Novamente na posição 10, após a Champions, o capitão andou durante largos minutos à procura da bola e do jogo. Encontrou-o à custa de muita luta e agressividade na conquista da mesma. Começou por lateralizar em demasia o jogo quando na posse da bola, porém, após o descanso, foi ele o principal responsável pelo assomo competitivo da equipa - momentos antes de esta sofrer o golo de Fogaça. Pelo meio, uma assistência, aos 58', que não teve a melhor emenda de Purovic, e foi dele o centro para o empate.

2 Purovic
Uma ou duas combinações bem conseguidas com Liedson, mas voltou a mostrar escassa destreza no momento de finalizar com os pés. Foi de cabeça que, aos 43', teve a melhor oportunidade para marcar o seu sexto golo da temporada, algo de que viria a estar perto aos 56', mas chegou tarde ao cruzamento de Moutinho.

2 Liedson
Ameaçou Marcos aos 4', mas faltou-lhe acerto no remate, algo que não voltou a ter oportunidade para fazer até final. Deambulou na frente de ataque, durante grande parte do tempo, à procura da bola, cansou-se e teve de ir muitas vezes a terrenos mais recuados para participar no jogo, algo que viria a fazer decisivamente ao desviar, de cabeça, a bola para o segundo golo de "Vuk".

1,5 Romagnoli
Conferiu alguma qualidade de passe ao meio-campo leonino, efectuou algumas diagonais de desgaste, e foi dele o cruzamento para o 1-2.

1,5 Pereirinha
Deu velocidade à equipa.

1 Gladstone
Dois chutões para a frente.

O Tribunal de O JOGO
Liedson fora-de-jogo "por um pêlo" no golo da vitória

Independentemente do mérito da vitória sportinguista, tudo indica ter sido irregular a jogada que consubstanciou a conquista dos três pontos por parte da turma leonina. Segundo a opinião dos quatro ex-árbitros do painel de O JOGO, no momento em que é efectuado o cruzamento, a partir da ala direita, Liedson encontrava-se um nadinha adiantado em relação à defesa insular, pelo que a jogada deveria ter sido anulada por uma indicação do árbitro assistente. Não o foi, vindo, portanto, Vukcevic a obter o golo de forma irregular. Nos restantes lances discutíveis, aceita-se a maioria das decisões de Jorge Sousa.

O CASO

88' No 1-2, Liedson está em fora-de-jogo antes de amortecer de cabeça para Vukcevic?
JORGE COROADO
-
Quando o cruzamento foi efectuado da direita, Liedson estava em fora-de-jogo, mantendo-se nessa posição até quase ao momento de cabecear o esférico para Vukcevic. O assistente José Luís Melo, atrasado, causou um trinta-e-um não lobrigando a posição irregular do camisola 31.
SOARES DIAS
-
Antes de jogar a bola de cabeça, Liedson está ligeiramente adiantado. Quando cabeceia, já não está, mas o que conta é a linha de passe.
ROSA SANTOS
-
No momento do cruzamento, Liedson sai de uma posição irregular para cabecear a bola. O árbitro assistente devia ter dado essa indicação ao árbitro principal. O golo nasce, portanto, de uma situação irregular.
ANTÓNIO ROLA
-
No momento em que o jogador do Sporting cruza a bola para a área de penalidade, Liedson vem de posição irregular e cabeceia a bola para o seu colega, que veio a obter o golo. Sendo assim, Liedson tirou proveito de uma posição irregular e devia o árbitro assistente indicar o fora-de-jogo do jogador do Sporting.

OUTROS CASOS

32' O amarelo a Polga e Kanu foi a decisão correcta no lance em que ambos se envolveram?
39' Kanu devia ter visto o segundo amarelo por mão na bola?
56' Antes de Purovic atirar à baliza, Liedson sofre penálti de Ricardo Esteves?
75' Quando se ia a isolar na ala esquerda, Vukcevic estava mesmo em fora-de-jogo, conforme foi apontado pelo trio de arbitragem?

JORGE COROADO

+
Entendeu o árbitro exibir o cartão para lhes fazer ver a inconveniência do arrufo. Tivesse optado apenas por uma chamada de atenção, nada teria perdido. Em todo o caso, a decisão pode considerar-se acertada.
+
Kanu não cortou objectivamente uma linha de passe. Foi mais na disputa com o adversário, que estava muito próximo, pelo que a sanção da falta com um pontapé-livre directo foi suficiente.
+
Não. Houve um contacto de Ricardo Esteves com Liedson, mas o futebol não é propriamente um salão de baile, menos ainda o Palácio das Necessidades, e o contacto físico é admitido.
+
Sim, Vukcevic já estava ligeiramente adiantado em relação ao penúltimo defensor, se bem que, para ganhar essa posição, tenha utilizado o braço direito, empurrando também o adversário.

SOARES DIAS

-
Correcta, mas apenas para Polga, porque puxa o adversário de forma ostensiva, e, como o lance podia ser de perigo para a baliza do Sporting, justificava-se o amarelo. Agora, em relação ao jogador do Marítimo é que não se vê qualquer irregularidade que merecesse o cartão amarelo.
+
Não necessariamente, porque não corta uma linha de passe nem um ataque prometedor. Como tal, não se justificava o amarelo.
+
Liedson não tinha razão nenhuma para se queixar, uma vez que não existiu qualquer falta. Ambos tentaram disputar a bola, e existiu um contacto normalíssimo. Nada mais do que isso.
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Não me parece que tenha sido bem assinalado o fora-de-jogo. Vukcevic estaria talvez em linha, porque se encontrava um jogador do Marítimo do lado contrário a colocar o sportinguista em jogo.

ROSA SANTOS

+
Penso que poderia ter passado em claro, mas o árbitro, mais para segurar o jogo, precaveu-se assim de uma situação menos clara.
+
Não. Foi um lance mais aparatoso do que outra coisa, pelo que se ajusta a decisão.
+
Vê-se ali um pequeno toque, mas não me parece que seja suficiente para que fosse apontada a grande penalidade.
+
Não é uma situação muito clara, pelo contrário é complicada, e, como tal, dou o benefício da dúvida ao árbitro assistente.

ANTÓNIO ROLA

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Tendo em consideração que os jogadores se envolveram no terreno de jogo, e não se vislumbrando um acto de agressão, aceito que o árbitro tenha ficado somente pelo cartão amarelo aos dois jogadores.
+
Não. O jogador do Marítimo, ao jogar a bola, não fez um corte de linha de passe ou jogada de algum perigo, pelo que aceito a decisão do árbitro de não exibir qualquer cartão.
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Não. Liedson, ao sentir um ligeiro toque nas costas, tentou tirar aproveitamento da situação. Esteve bem o árbitro, ao nada considerar e deixar seguir o jogo.
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Não. Vukcevic, no momento do passe, estava em jogo, dado que se encontrava, no outro lado do terreno de jogo e perto do árbitro assistente, um jogador do Marítimo a colocar o sportinguista em jogo. Sendo assim, o árbitro assistente indicou erradamente o fora-de-jogo.

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