sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

17ª Jornada da "Superliga"

Sporting-2 tripeiros-o
(1-0 Vukcevic 13', 2-01 Izmailov 16')
Na cabeça da grande maioria dos Sportinguistas esperava-se uma derrota óbvia contra os tripeiros. Na minha também me passou essa ideia, mas por um lado acreditava numa vitória nossa. Sei que o Sporting quando nada tem a perder, ou melhor, quando nada tem a ganhar, acaba por ganhar jogos que deveriam ser decisivos. Lembro-me de um jogo em Alvalade há uns anos e aidna no "Velinho", de um jogo contra os tripeiros que, sem ser para cumprir calendário, o Sporting ganhou também por 2-0 com golos de Assis (o irmão e hoje empresário de Ronaldinho Gaúcho) e de Edmilson Gonçalves Pimenta.
É bom realçar que enste jogo a arbitragem também ajudou, no 2º golo.
Um triste facto da História deste Clube de sofredores.
E tal como disse o António Souza Pinto, para eu escrever, e assim aqui fica, o Sporting ganhou mesmo aos tripeiros. Com muita sorte à mistura, aliás, com uma granda caga! 2 Golos em 3 mins mataram o jogo, pois a partir daí foi ver os tripas falharem 6 golos (pelo menos). E no fim, Liedson depois de uma jogada brutal, quase afz o 3-0 e o seu 1º golo a Helton...

ESTÁDIO JOSÉ DE AlvaLAdE
37 458 espeCTADORES
Relvado: bom estado
Carlos Xistra [AF Castelo Branco]
José Cardinal + Luís Marcelino
Rui Costa

Sporting
Treinador Paulo Bento
1 Rui Patrício GR
25 Pereirinha LD
13 Tonel DC
4 Polga DC
8 Ronny LE
24 Miguel Veloso MD
28 João Moutinho MO
7 Izmailov MO
30 Romagnoli MO a 75'
31 Liedson AV
10 Vukcevic AV a 89'
-
34 Stojkovic GR
3 Had LE
26 Gladstone DC d 89'
6 Adrien MD
27 Farnerud MO d 75'
88 Celsinho MO
9 Purovic AV

GOLOS
1-013'
Vukcevic
2-016'
Izmailov

Amarelos
49' Pereirinha 73' Tonel 84' Liedson

FC PORTO
Treinador Jesualdo Ferreira
1 Helton GR
12 Bosingwa LD
2 Bruno Alves DC
3 Pedro Emanuel DC
13 Fucile LE
6 Paulo Assunção MD
16 Raul Meireles MO a 69'
8 Lucho MO
5 Cech LE d INT
9 Lisandro AV
7 Quaresma AE a 83'
-
33 Nuno GR
4 Stepanov DC
18 Bolatti ME
11 Mariano AD d 69'
21 Hélder Barbosa AE d 83'
19 Farías AD a INT
28 Adriano AV

Amarelos
51' Raul Meireles 63' Bruno Alves 65' Helton

O Sporting um a um
Pereirinha meteu-os no bolso
JEAN-PAUL LARES
4 Rui Patrício
Não poderia desejar melhor estreia em clássicos o jovem guardião leonino, que protagonizou ontem uma notável demonstração de personalidade. Seguríssimo, apenas se viu batido por um cabeceamento de Farías, que embateu na trave, e por uma recarga em que Polga o substituiu. Espelho da sua exibição foi a saída corajosa aos pés do mesmo Farías, aos 90'+4'.
3,5 Tonel
Sóbrio e eficaz como sempre, mesmo perante a avalanche ofensiva azul e branca do segundo tempo. Foi fundamental na missão de fechar os caminhos da sua baliza.
3,5 Polga
Verdadeiro pronto-socorro do último reduto verde e branco, voltou a aliar classe ao espírito de sacrifício para enfrentar os múltiplos problemas com que se deparou no segundo tempo. Aos 57', impediu, de forma prodigiosa, em cima da linha, o tento do FC Porto e, aos 79', efectuou novo corte providencial, na protecção a Rui Patrício.
3 Ronny
Revelou muitas dificuldades na contenção do seu flanco perante as subidas de Bosingwa, permitindo que este flectisse para o centro, em vez de o encaminhar para o corredor, mas acabou por se encaixar no padrão ofensivo azul e branco, rubricando, até, alguns pormenores interessantes no apoio ao ataque. Destaque para a bomba que, na cobrança de um livre, assustou Helton (69').
3,5 Miguel Veloso
Quem se interrogava por onde andava o médio-defensivo que, na época passada, encantou a Europa, devia ter estado ontem em Alvalade para assistir à primeira parte. Foi um "regresso" com brilho de um talento inegável, que controlou o meio-campo com classe e raça: fantástica a forma como, no lance do primeiro golo, mesmo depois de ter sofrido falta, ainda encontra meio de servir Izmailov. No segundo tempo, o brilho esbateu-se, mas nunca virou as costas ao sofrimento.
3,5 João Moutinho
Abnegado e eficiente no auxílio a Pereirinha no corredor direito, onde pairava a ameaça constante de Quaresma, foi sempre o líder por exemplo no que à forma de abordar a partida diz respeito. Aos 90'+2', num lance pleno de visão e técnica, ainda ofereceu o terceiro a Liedson.
4 Izmailov
Depois de ter encontrado forma de encaixar o seu posicionamento perante as investidas de Bosingwa, não mais permitiu veleidades aos adversários e partiu para uma exibição de intensidade extrema. Aos 13', assistiu Vukcevic para o primeiro golo e, aos 16', aproveitou a confusão gerada por um remate deste para fazer o segundo. Notável.
2 Romagnoli
O argentino passou completamente ao lado do jogo, excepção feita a uma tentativa de chapéu a Helton, após um erro crasso do guardião azul e branco.
3 Liedson
Trabalho e sacrifício constantes num ponta-de-lança que nunca vira a cara à luta. Se, aos 7', deu um nó cego a Raul Meireles que entusiasmou as bancadas, perdeu a única oportunidade de facturar, aos 90'+2', após excelente assistência de João Moutinho.
3,5 Vukcevic
Grande primeiro tempo de um jogador que contagia as bancadas pela forma como vive o jogo. É seu o primeiro golo da noite, bem como a intervenção, no espaço aéreo, que concede a Izmailov a oportunidade para fazer o segundo.
1 Farnerud
Entrou para ajudar a segurar a bola, mas a falta de intensidade e agressividade que demonstrou era incompatível com o que se passava em campo.
1,5 Gladstone
Ajudou a conter as derradeiras investidas azuis e brancas
- Celsinho
Segundos em campo para sentir o clássico.
A ESTRELA: Pereirinha (4)
Tinha pela frente o mais temido dos dragões, Ricardo Quaresma, mas nunca se intimidou. Pelo contrário, a única coisa em que errou, durante todo o encontro, foi no primeiro passe, arrancando imediatamente a seguir para uma noite de sonho: meteu o "Harry Potter" num bolso, encaixou Hélder Barbosa no outro, e ainda foi fundamental nas subidas pelo seu flanco, a partir do qual criou o segundo golo verde e branco. Sem espinhas…
0
As ocasiões em que o jovem camisola 25 foi batido por Ricardo Quaresma na partida de ontem. Impecável na missão de travar a principal arma ofensiva dos dragões.
Influência
A sua inclusão no lugar do lesionado Abel era vista como uma das fragilidades do conjunto leonino, mas a exibição deste médio adaptado ao posto de lateral-direito acabou por ser decisiva para a vitória do Sporting. O FC Porto um a um
O que Farías sem Cech?
ALCIDES FREIRE
2 Helton
Um golo com sabor "a ave que tem asas mas não voa" deixa marca, ainda mais quando a vítima não dispõe de oportunidades para mostrar serviço. Na segunda parte jogou em inferioridade física por culpa de uma entrada violenta de Liedson. O orgulho manteve-o em campo.
2,5 Bosingwa
O onze leonino dava a impressão que o lateral representava o perigo que presidiu à ideia de jogo do Sporting. Não se importou com nada. Tomou de assalto o lado direito. Desce a nota porque a segunda parte foi uma sucessão de erros e precipitações.
2 Pedro Emanuel
Os centrais do FC Porto foram uma das vítimas da roda livre em que se disputou a primeira meia-hora de jogo. Para azar do capitão, porque esses momentos influenciam a apreciação, Vukcevic e Izmailov estavam perto de si quando marcaram.
2,5 Bruno Alves
Já não há memória do central duro que chutava para onde estava virado. Sofreu a bem sofrer com a falta de oposição do meio-campo portista nos 45' iniciais. Impôs o físico, foi sempre à luta e notou-se a preocupação de construir jogo no momento em que destruía as intenções do Sporting. Desnecessária e reprovável a calcadela em Moutinho.
2 Fucile
Nem a presença de um defesa-esquerdo à sua frente foi suficiente para anular uma primeira parte que se revelou de pesadelo. O uruguaio voltou a ser titular no campeonato, um mês depois do clássico, mas terá pensado que há dias que mais vale não sair de casa. Batido por Pereirinha numa série de lances, designadamente no 2-0.
3 Paulo Assunção
O brasileiro terá questionado se o que sabia de matemática era suficiente para contar os adversários. Abundaram sportinguistas junto do brasileiro, porque não era apenas Romagnoli. Havia Romagnoli. E Moutinho. Acabou o jogo encostado a uma defesa que tinha quase sempre apenas três elementos. Mas esteve bem, o que é extraordinário.
2,5 Raul Meireles
Rubricou a renovação do contrato e no jogo assinou algumas das jogadas de maior clarividência do FC Porto na primeira parte. Preocupação em simplificar na hora de atacar, mas parecendo algo perdido na hora de defender. Fez um remate, à figura, e saiu por imperativos tácticos.
1,5 Quaresma
Pode dizer-se numa frase a transbordar de ironia que não foi suficientemente assobiado. Uma exibição para esquecer até porque, ao contrário do habitual, ninguém se lembrará desta sua passagem por Alvalade. Um remate aos 69' de positivo e nada mais.
3,5 Lucho
Se há jogos com duas partes distintas, há agora um jogador cuja análise pode decompor-se em duas partes. Sozinho, e não é exagero, Lucho podia ter ganho ao Sporting. Exagero? Falhou quatro oportunidades soberanas de golo. O confuso disto é que o argentino liderou o domínio absoluto do FC Porto na segunda parte e esteve bem até nas piores fases portistas. Até na obrigação de deitar um olho à influência de Miguel Veloso.
2 Cech
Não foi o eslovaco que se auto-nomeou titular, mas é com o nome dele que se conjugarão as análises à falhada mudança no onze decidida por Jesualdo Ferreira. Foi em quase tudo uma miragem: parecia um extremo, parecia um médio interior, parecia lateral. Ultrapassado no lance do 2-0 por Pereirinha.
3,5 Lisandro
Marcou um golo mas estava em fora-de-jogo; rematou dentro e fora da área, mas Rui Patrício defendeu isso tudo. Correu como ninguém, chegou a bolas que pareciam perdidas, disputou cada lance como se não houvesse amanhã. Na segunda parte descaiu para uma das faixas, voltou ao meio, e apesar desta alternância manteve o bom nível.
3 Farías
Uma pergunta: o que fazia no banco na primeira parte? Uma resposta: entrou ao intervalo e na primeira intervenção cabeceou à barra e ainda viu um remate ser parado em cima da linha por Polga. Ficou a ideia geral: poderia ter sido titular.
1 Mariano
Um jogador que procura mostrar a qualidade que salta da observação do seu currículo tem a obrigação de fazer melhor.
1 Hélder Barbosa
Fresco, porque entrou a 7' do final, deveria ter sido mais perigoso. E mais forte do que Pereirinha.
Árbitro
Duas expulsões perdoadas
No primeiro clássico, Xistra teve trabalho difícil. Faltou-lhe coragem para expulsar Liedson (46') e Bruno Alves (62') em lances de dureza excessiva. Foi ainda traído pelo seu auxiliar no lance do segundo golo, uma vez que Vukcevic se encontrava em posição de fora-de-jogo. O albicastrense não controlou o jogo, quando os jogadores se envolveram em várias picardias. O Tribunal de O JOGO
Um golo por anular e duas expulsões poupadas
O tribunal de O JOGO é unânime: o segundo tento leonino não deveria ter sido validado, pois Vukcevic estava em posição de fora-de-jogo. Helton defendeu o cabeceamento do sérvio, mas Izmailov empurrou para o fundo das redes, beneficiando do irregular posicionamento do seu companheiro. Carlos Xistra deixou ainda um homem por expulsar em cada equipa no clássico de ontem - o painel não tem dúvidas quanto ao cartão vermelho que ficou por mostrar ao camisola 31 leonino pela falta sobre Helton, e, quanto a Bruno Alves, apenas um elemento não vê intencionalidade na entrada sobre João Moutinho.
O CASO

16' Vukcevic está em posição regular no lance do segundo golo leonino?
JORGE COROADO
-
No momento em que o cruzamento é efectuado da direita, Vukcevic vai cabecear quando já se encontrava adiantado em relação ao penúltimo defensor e à linha da bola. Fora-de-jogo de que o assistente, ligeiramente atrasado, não se terá apercebido.
SOARES DIAS
-
Quando se dá o cruzamento para a grande área, Vukcevic está em posição de fora-de-jogo e remata de cabeça, apesar de não ter marcado golo. O tento de Izmailov deveria, pois, ter sido invalidado.
ROSA SANTOS
-
Está em posição irregular, de facto. Na altura do cruzamento, Vukcevic estava à frente da linha da bola e do penúltimo defensor do FC Porto. O árbitro assistente que acompanhava o ataque do Sporting deveria ter assinalado a posição irregular do jogador leonino, tal como havia feito o seu companheiro do lado contrário com Lisandro.
ANTÓNIO ROLA
-
No momento em que Pereirinha cruza a bola para a área, Vukcevic, estando em posição de fora-de-jogo, tentou jogar a bola, perturbando o guarda-redes do FC Porto. Assim sendo, deveria o árbitro assistente indicar o fora-de-jogo e não considerar o golo do Sporting, apontado por Izmailov, na recarga.
OUTROS CASOS
41' A entrada de Pereirinha sobre Lucho era merecedora de cartão amarelo?
46' A falta de Liedson sobre Helton merecia acção disciplinar?
62' Esteve bem o árbitro ao mostrar cartão amarelo a Bruno Alves, por falta sobre João Moutinho?
82' Existe grande penalidade sobre Lucho?
JORGE COROADO
+
A falta cometida por Pereirinha apenas, e só, exigia o livre, que foi devidamente assinalado.
-
Helton pontapeou a bola, e Liedson, sem possibilidade, porque atrasado, de jogar o esférico, de pé na frente e de sola, atingiu o guardião adversário, protagonizando conduta violenta. Esta impunha a exibição de cartão vermelho.
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Depois de sofrer falta cometida por Lucho, João Moutinho, que estava no solo, foi deliberadamente pisado por Bruno Alves. O cartão amarelo foi pequena panaceia para falta grave, que impunha cartão vermelho.
+
Em desespero de causa, Lucho procurou aquilo a que não tinha direito. Justificava-se pontapé livre indirecto e cartão amarelo para o jogador portista por comportamento antidesportivo.
SOARES DIAS
+
Aceitamos a decisão do árbitro, que procurou deixar jogar. É uma falta com algum perigo para a integridade física do jogador adversário, mas não houve intenção de Pereirinha de magoar Lucho.
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Sem sombra de dúvidas. Liedson deveria ter ido para o balneário por esta entrada violenta. Deveria ter visto cartão vermelho, ao entrar com a sola da bota sobre o pé de Helton. O árbitro talvez não tenha tido a melhor percepção do lance.
+
Esteve bem Carlos Xistra. Lucho faz falta uma falta normal sobre João Moutinho, e Bruno Alves atinge, creio que sem intenção, o jogador do Sporting. No seguimento do salto que deu, acabou por pisar o adversário de forma não intencional, ajustando-se a decisão do árbitro com a mostragem do cartão amarelo.
+
Não parece existir qualquer falta sobre Lucho. As imagens não são muito perceptíveis, mas o árbitro estava bem colocado e terá agido da melhor forma ao nada assinalar.
ROSA SANTOS
+
Não. É uma entrada normal, e não existe razão para a mostragem do cartão amarelo.
-
Como é possível que em Portugal existam jogadores que fazem o que querem impunemente? A entrada de Liedson foi violenta, e o jogador sportinguista deveria, portanto, ter sido expulso. Não se pode fazer vista grossa a este tipo de entradas.
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Se o árbitro considerou que a entrada de Bruno Alves foi violenta, nunca poderia ter apenas mostrado o cartão amarelo. É uma decisão aberrante, pois não se mostra um cartão amarelo a entradas violentas. A considerar entrada violenta, deveria o árbitro ter mostrado o cartão vermelho.
+
As imagens televisivas não são esclarecedoras, mas tem de se dar o benefício da dúvida ao árbitro. Fica, no entanto, a interrogação sobre se o jogador do FC Porto terá sido, de facto, tocado na área de grande penalidade.
ANTÓNIO ROLA
+
Pereirinha fez, de facto, falta sobre o jogador do FC Porto, mas sem que se justificasse qualquer acção disciplinar.
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Efectivamente, Liedson, sem qualquer hipótese de chegar à bola, fez uma entrada de pé à frente sobre o guarda-redes do FC Porto. Além da falta técnica, que o árbitro considerou, deveria pelo menos ter exibido o cartão amarelo ao jogador do Sporting.
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Lucho comete falta sobre o jogador do Sporting, e é já com este no chão que Bruno Alves deu o que se pode designar como uma pezada na coxa de João Moutinho. Deveria o árbitro ter exibido, por conduta violenta, cartão vermelho ao jogador do FC Porto.
+
Não. Lucho, após ter fintado alguns adversários, possivelmente por algum cansaço no momento, cai dentro da área de grande penalidade, sem razão para qualquer falta. Bem o árbitro ao ter advertido verbalmente o jogador.

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